terça-feira, 29 de maio de 2012


     Como se não fosse suficiente todo o descaso dos nossos governantes para com o sistema educacional, ainda há o não reconhecimento social com os profissionais da educação.
        
     É incrível como uma parcela da sociedade segrega os estudantes de licenciatura e desconhecem o devido o valor daqueles que possuem o poder de formar profissionais das mais diversas áreas. É assombrosamente  impressionante como algumas pessoas não compreendem a importância de um pedagogo em uma sociedade. Atualmente, estudantes do curso de pedagogia, muitas vezes, sentem-se até constrangidos em falarem sobre sua formação acadêmica, pois vivemos em um meio social que só sabe reconhecer préstimos em alguns cursos tais quais não preciso citar nomes.

    É triste perceber que não há o menor incentivo para os alunos que estão saindo do ensino médio ingressarem nas universidades tendo como objetivo seguir algum curso de licenciatura. Me causa grande pungência, ver que o mais valoroso profissional em uma sociedade, é tão depreciado e ignoto.

    Só me resta lamentar!





sexta-feira, 25 de maio de 2012

   Li a obra 'Morte e vida severina' do autor João Cabral de Melo e Neto, faz uns dois ou três anos, mas hoje, ao ver essa imagem e esse trecho tão condizentes em 'Raízes do Nordeste', seria impossível não postá-los aqui.



Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.

E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).

VIDA E MORTE SEVERINA
(João Cabral de Melo e Neto)