domingo, 29 de maio de 2011

Impunidade seletiva: licença para matar

  Mais uma vez o estado do Pará foi destaque nas páginas dos jornais, e não é muito dificíl descobrir o porquê!

  Na última terça-feira, dois ambientalitas foram atingidos por vários tiros quando passavam por uma ponte no caminho da comunidade rural onde moravam. Todavia, sabemos que esse, está longe, de ser um caso isolado, pois, nos últimos anos, o Brasil se acostumou a enterrar vítimas da violência no campo.

  Somente no Pará, nas últimas quatro décadas, mais de 800 pessoas perderam a vida em crimes cometidos no ambiente rural. De todos esses casos, apenas 18 foram a julgamento. Oito pessoas foram condenadas, e somente uma cumpre pena.

 Os ativistas ambientais, José e Maria, que morreram no último dia 24, lutavam pela mesma causa de Chico Mendes, que morreu há quase vinte três anos. É inadmissível que depois de duas décadas da morte do insigne sindicalista citado, pessoas continuem sendo tragicamente assassinadas por um mesmo motivo, como por exemplo, o caso Dorothy Stang ocorrido em 2005.

"Essa tragédia no Estado do Pará não pode ser aceita como uma coisa banal. O Pará, há nove anos, é campeão nacional de mortes em conflitos por disputa de terra, envolvendo interesses econômicos vinculados a ativos da natureza", afirmou um deputado paraense ao jornal folha.

Chego a questionar-me: até quando o governo brasileiro continuará de olhos vendados aos assassinatos que tem ocorrido? E por quanto tempo mais, permanecerá estático as investigações e a captura dos mandantes dos crimes? Quantos ainda precisarão morrer?

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