sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Pagu: a musa de olhos moles e lingua ferina que defrontou a Ditadura Varguista


Comunista, feminista, escritora e jornalista brasileira; Pagu, causou muita polêmica, ademais, foi a primeira mulher a ser presa no Brasil por motivações políticas.

Patrícia Galvão, a Pagu, era uma mulher muito avançada para os padrões da época; sendo essa, a causa para sua vida pessoal ser repleta de muitas controvérsias. Ela costuma ser conhecida, na sociedade atual, por suas extravagâncias, pois, ela não queria saber o que pensavam dela, tinha muitos namorados e causava polêmica, no entanto, Pagu não era apenas a musa do movimento antopofágico que "destruiu" o casamento de Oswald de Andrade com Tarsila do Amaral.

Ao longo de sua vida, a musa, foi presa 23 vezes, por sua lutar contra as desigualdades, e o totalitarismo personificado na figura de Vargas no Brasil. Em 1931, Pagu foi presa como militante comunista, durante uma greve dos estivadores em Santos. Após ser solta publicou o romance "Parque industrial",  em 1933, com o pseudônimo de Mara Lobo. A obra, era uma narrativa urbana sobre a vida das operárias da cidade de São Paulo.

Pagu foi à União Soviética. Registrou, em "Verdade e Liberdade", sua decepção com o comunismo: "o ideal ruiu, na Rússia, diante da infância miserável das sarjetas, os pés descalços e os olhos agudos de fome".

Durante a revolta comunista de 1935, Pagu foi presa e torturada, ao sair da cadeia, em 1940. Estava muito doente, arrasada, e pesava 44 quilos - tentou suicídio ao ser libertada.Voltou a tentar suicídio, em 1949. Nos anos seguintes, foi crítica literária, teatral e de televisão no jornal "A Tribuna", de Santos. Nessa cidade, liderou a campanha para a construção do Teatro Municipal, além de fundar a Associação dos Jornalistas Profissionais.

Em setembro de 1962, foi operada de um câncer, todavia, a cirurgia não teve êxito e muito doente, viveu até dezembro do mesmo ano.

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